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Legado de valor - Lançado no ano passado pela Editora Senac São Paulo, o livro Unilabor - Desenho Industrial, Arte Moderna e Autogestão Operária, de Mauro Claro, resgata uma experiência inovadora desenvolvida no bairro paulistano do Alto do Ipiranga, e que teve início na primeira metade da década de 1950. Tudo começou quando, graças a intermediação do Museu de Arte Moderna de São Paulo, um grupo de importantes artistas plásticos, como Alfredo Volpi, Bruno Giorgi, Yolanda Mohalyi, Elisabeth Nobiling, entre outros, decidiu trabalhar, sem remuneração, na decoração da Capela do Cristo Operário.
Essa iniciativa colocou em contato dois sonhadores, o recém-chegado da Europa Geraldo de Barros, pintor concretista e criador de móveis modernos, e o frei dominicano João Batista Pereira dos Santos, que, inspirado no trabalho de padres-operários franceses, idealizou a Unilabor - fábrica de mobiliário tocada em sistema de cooperativa. Segundo o autor, mais do que produzir móveis, a Unilabor representou um exercício de cidadania, que, a partir do trabalho comunitário, pretendeu trilhar uma "terceira via", entre o comunismo e o capitalismo. Para Mauro Claro, a busca pela integração entre arte e trabalho é o principal legado dessa experiência, que teve a duração de 13 anos.

Crescimento explosivo - Em 2004, o mercado de design de interiores apresentou, no Brasil, o impressionante índice de crescimento de 72%, com faturamento anual de R$ 20,2 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD). Estimativas da entidade indicam a existência no país de cerca de 15 mil profissionais dessa área, dos quais 79% são mulheres.

Tecnologia de ponta - Os estudos com células-tronco - adultas e embrionárias - ganharam impulso no Brasil com a aprovação, no final de março, da Lei de Biossegurança e a decisão do governo de destinar, por intermédio dos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, R$ 11 milhões ao financiamento de projetos de pesquisa nessa área. As instituições que receberão uma fatia desses recursos serão selecionadas em concorrência pública e terão de atender a determinadas exigências estabelecidas na legislação, como trabalhar somente com embriões doados, com o consentimento dos genitores, e que estivessem congelados há pelo menos três anos na data da sanção da lei. Estão proibidos o comércio de embriões, a manipulação genética e as clonagens humana e terapêutica.
Essa iniciativa tem como principal objetivo verificar a eficácia das células-tronco no tratamento de diversas doenças e na reconstituição de tecidos, como pele, ossos, dentes, etc. Os cientistas, por sua vez, consideram que o mais importante será a possibilidade de entender como funciona o mecanismo de transdiferenciação - capacidade que as células-tronco embrionárias têm de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo.

Bom exemplo - Para os moradores das grandes cidades, participar de um programa de reciclagem de lixo talvez seja a maneira mais simples e cômoda de contribuir para a preservação do meio ambiente. Ainda mais se receberem, gratuitamente, orientação técnica e ambiental, além de contêineres para armazenamento dos materiais recicláveis, que serão recolhidos três vezes por semana e enviados para uma cooperativa de catadores. É o que vem acontecendo no bairro de classe média alta da Vila Olímpia, na zona sul da capital paulista, onde uma parceria entre sociedade e poder público vem servindo de exemplo e de estímulo ao despertar da consciência ecológica e do espírito comunitário das pessoas.
Ali, a organização não-governamental (ONG) Movimento Colméia, criada por empresários, profissionais liberais, moradores e usuários da região, estruturou uma cooperativa que permite aos seus mais de 30 associados sobreviver praticamente da coleta seletiva e da reciclagem dos materiais recolhidos naquele bairro. O trabalho é feito de forma segura, em galpão coberto, com a utilização de equipamentos e caminhões cedidos pela prefeitura, parceira do projeto, e conta ainda com a consultoria da ONG Instituto GEA - Ética e Meio Ambiente.
O programa está aberto à participação de estabelecimentos de todo o bairro - condomínios residenciais e empresariais, bares, restaurantes, lojas, escolas, etc. -, uma vez que, quanto mais integrantes, maior será a renda dos cooperados e a possibilidade de geração de novos postos de trabalho. Outras informações no site www.colmeiasp.com.br ou pelo telefone (11) 3054-1099.