Matrizes Insurgentes: caminhão percorre São Paulo com arte e reflexões

28/10/2022

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Entre 10 e 13 de novembro, intervenção artística do Coletivo Coletores discute histórias ocultas na independência do Brasil

Que rostos e feitos foram deixados à margem da história oficial do Brasil?

Seja nos movimentos de independência, na luta pelo fim da escravidão ou na formação cultural do país, o espaço urbano guarda as memórias – por vezes, ocultas – do protagonismo de homens e mulheres de luta como Maria Felipa de Oliveira, Luísa de Mahin, Luíz Gama, Lima Barreto e Dionísio Barbosa.

Nos 200 anos da independência do Brasil, o Coletivo Coletores pesquisa as histórias que a cidade pode contar e, com a exposição itinerante ‘Matrizes Insurgentes’, faz um contraponto com a narrativa linear da história – contada como se todos os eventos tivessem acontecido em uma ordem lógica -, propondo um processo de reescrita crítica dessa história.

Durante quatro dias, um ledtruck – veículo equipado com uma estrutura de painéis de led – percorre diferentes regiões da cidade exibindo imagens, textos e animações, compartilhando reflexões com o público diretamente nos locais de referências históricas.

Teaser da intervenção ‘Matrizes Insurgentes’. Créditos: Coletivo Coletores

O trajeto acontece entre 12h e 18h, levando a intervenção ao público presente naturalmente na cidade, em deslocamento, e pode ser visitada em pontos de parada específicos:

  • Dia 10/11, quinta – Zona Norte: Partida do Parque Peruche, com passagem pelo Sesc Bom Retiro, Avenida Rio Branco, Museu das Favelas e Theatro Municipal de São Paulo.
    Paradas: Aparelha Luzia e Largo do Paissandu, com ponto final na Ladeira da Memória.
  • Dia 11/11, sexta – Zona Oeste: Partida da Praça David Raw, com passagem pelo Espaço Cultural Bananal, Casa Mário de Andrade e diferentes pontos do bairro do Bixiga.
    Paradas: Praça Dom Orione e Praça Pérola Byington, com ponto final no Largo do Arouche.
  • Dia 12/11, sábado – Zona Leste: Partida da Igreja do Rosário dos Homens Pretos da Penha – Centro Cultural Penha, com passagem pelo Sesc Belenzinho, Praça da Sé e Praça Dr. João Mendes.
    Paradas: Igreja do Carmo e Largo São Francisco, com ponto final na Praça Antônio Prado.
  • Dia 13/11, domingo – Zona Sul: Partida do CEU Heliópolis, com passagem pela Estrada das Lágrimas, Rua Silva Bueno, Sesc Ipiranga, Mercado Municipal de Ipiranga e Largo da Glória.
    Parada: Parque da Independência e Capela dos Aflitos, com ponto final na Praça da Liberdade.

A ação integra o projeto “Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões”, ação em rede do Sesc São Paulo, em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil em 1822. Oferece atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los, em face dos desafios apresentados no tempo presente.

Sobre os artistas

Formado em 2008 na periferia da zona leste da cidade de São Paulo pelos artistas e pesquisadores Toni Baptiste e Flávio Camargo, o Coletivo Coletores tem como proposta pensar as cidades como meio e suporte para suas ações utilizando diferentes linguagens visuais e tecnológicas, discutindo temáticas ligadas às periferias, apagamentos históricos/culturais, assim como o direito à cidade.

Toni Baptiste, mestre em Ciência da informação pela ECA-USP, é artista multimídia que atua na intersecção entre arte, tecnologia e direito à cidade.
Flávio Camargo é formado em Artes Visuais com especialização em Designer gráfico pela FAU-USP. Artista multimídia, designer e educador, trabalha a partir de poéticas de intervenção e ocupação da cidade. 

O Coletivo Coletores já participou de diferentes projetos e exposições ligados à arte, tecnologia e cidade em instituições como o Museu da Língua Portuguesa, FILE SP, FONLAD Portugal, Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, Instituto Moreira Salles, Sesc São Paulo, Red Bull Station, CCSP, British Council e Bienal internacional de Arte Contemporânea de Dakar, além de ser indicado ao MVF Awards 2021 e ser contemplado com o ProAC Artes Visuais 2021, Arte Pará 2022 e receber o Prêmio PIPA 2022.

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