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Conheça o Voguing, um pouco de dança, moda e resistência

Batalha de Voguing. <br>Foto: Divulgação
Batalha de Voguing.
Foto: Divulgação

Lacrador e empoderador. Duas palavras do momento que podem definir um estilo de dança que surgiu nos anos 1980, nos clubes LGBT de Nova York, e que vem ganhando cada vez mais fãs.

Não sabe do que estamos falando?

Imagina só dança e moda misturados, muito carão e poses.

Esse é o Voguing, ou Vogue Dance.

O nome é inspirado na famosa revista de moda americana, e o gênero traz para as pistas alguns dos movimentos que os modelos fazem nos ensaios fotográficos e elementos da cultura pop.

Nos anos 2000, o Voguing conquistou o dançarino performer, pesquisador, professor e coreógrafo de danças urbanas Félix Pimenta, que ministra a Oficina de Voguing no Sesc Belenzinho. Apaixonado pelos movimentos, o dançarino encontrou no estilo um universo de infinitas possibilidades e muita liberdade.

Foi através da internet que Pimenta começou a aprender a dança. “Fui descobrindo documentários, videoclipes, nomes importantes da cena, tentando contato com voguers pra tirar dúvidas, traduzindo textos e depois consegui fazer aulas práticas de vogue com profissionais.”

Dançado em batalhas, com movimentos complexos, alongados, marcados e rápidos, com influências do hip-hop e break, o Voguing atravessou o tempo e sofreu algumas mudanças. Para o coreógrafo, a principal diferença está na forma de expressão. O gênero está aberto para novas possibilidades, cada uma de suas vertentes – clássica, femme, entre outras – e traz novas histórias a serem contadas e novas lutas.

“São corpos que falam sobre gêneros, raça, cor, sexualidade, machismo, luta, resistência, feminismo, liberdade, pessoas que vivem com HIV, pessoas que são privadas de direitos básicos, política, entre outros assuntos.” diz Pimenta, que se emociona ao falar sobre o poder da dança.

Além de Félix Pimenta, outros nomes no Brasil vêm se destacando na cena voguer, entre eles Danna Lisboa, Augusto Follmann, Luana Ninja, Fran Manson e Diego Cazul. Para Pimenta, o país vive um momento de entendimento da cultura do Voguing: “Eu vejo um momento de muito crescimento e agitação. Muito mais pessoas curiosas, praticando, se identificando, tentando espalhar as informações não só para os mais privilegiados, muitos talentos surgindo e se fortalecendo.”

O Voguing é libertador, forte e um símbolo de resistência. Não segrega, ao contrário, inclui. Você pode conhecer um pouco desse estilo no vídeo de uma das batalhas do Félix Pimenta, mas pra saber como é uma batalha de verdade, que promete, você pode assistir ou se inscrever pra participar da Miniball Motumbá.