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Santo André
O ABC da cultura, do esporte e do lazer

A inauguração do Sesc Santo André reforça a retomada econômica da região, agora calcada em comércio e serviços

A paisagem industrial ainda compõe a vida cotidiana das cidades do grande ABC, sigla que traduz de forma sintética a extensa conurbação que se estende dos limites da capital paulista até as bordas da serra do Mar (A de Santo André; B de São Bernardo do Campo, e C de São Caetano do Sul) e que já incorporou, também, as letras D e M, dos municípios de Diadema e Mauá. Desse processo agregativo fazem parte ainda Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, bem como os distritos de Utinga, Capuava e Paranapiacaba. Cerca de 2,5 milhões de pessoas vivem nessa vasta malha urbana.
Sem dúvida, as atividades fabris marcaram profundamente a região por mais de meio século. A chegada das grandes montadoras e, no rastro delas, de toda a sua cadeia de suprimentos (indústrias de autopeças, oficinas, escolas técnicas etc.) transformou radicalmente não apenas o perfil econômico, como a vida social, política e cultural. A região é um dos marcos mais visíveis do esforço brasileiro em busca da industrialização, em substituição ao modelo de economia rural predominante até então no país.
Junto com o período industrial, surgiram os operários mais preparados e mais bem remunerados do país, os metalúrgicos. E também os mais combativos e organizados, dando origem a um novo sindicalismo que rompeu em definitivo com a tradição do velho trabalhismo da época de Vargas.
Nas últimas décadas, entretanto, a pujança econômica da região começou a ser ameaçada. Por razões operacionais, em busca de mais eficiência e de vantagens fiscais, entre outras razões, algumas montadoras começaram a desativar suas linhas de montagem e transferi-las para outras cidades. O cenário de imensos galpões vazios, em número cada vez maior, passou a pesar como uma sombra sobre o futuro da região.

Agora, comércio e serviços
Contrariando as profecias dos pessimistas, contudo, a região conseguiu encontrar outro modelo econômico e promover a reversão das expectativas. A indústria ainda é forte, não há dúvida. Mas o renascimento do ABC está hoje relacionado muito mais à expansão dos negócios e serviços: hotelaria e turismo de negócios; serviços educacionais e culturais, com centros universitários de primeira linha; serviços médicos e hospitalares; empresas de comunicações e publicidade; centros de distribuição de mercadorias; grandes hipermercados e dinâmico comércio varejista.
Santo André, por exemplo, é apontado em pesquisa pela revista Exame como uma das mais atraentes cidades brasileiras para novos investimentos, enquanto São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo ostentam vigorosa renda per capita e grande qualidade de vida.
A inauguração do Sesc Santo André, um moderno centro cultural e desportivo, certamente contribuirá fortemente, em toda a região, para a continuidade desse processo de revitalização econômica. "Em nossa opinião, o Sesc chega a Santo André no momento certo", diz Abram Szajman, presidente dos Conselhos Regionais do Sesc, do Senac e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. "Essa radical mudança no perfil econômico da região do ABC, com a predominância de atividades de negócios e serviços, está gerando novas demandas sociais, culturais, educativas e de lazer que o Sesc certamente ajudará em muito a dar conta", continua. "Os trabalhadores do comércio e do setor de serviços serão os grandes e principais beneficiários, mas toda a região sairá ganhando", completa.
A presença do Sesc no ABC remonta aos anos de 1970, quando equipes móveis desenvolviam intensos programas sociais, culturais e desportivos em parceria com as prefeituras e instituições locais. "Além disso", explica Danilo Santos de Miranda, diretor regional da entidade, "o Sesc tem uma unidade em São Caetano do Sul já há muitos anos, desenvolvendo, além de sua programação local, um expressivo trabalho de cunho comunitário na região". O novo centro cultural e desportivo de Santo André, entretanto, coloca essa relação do Sesc com o ABC num outro patamar. "É um equipamento de concepção muito moderna, capaz de atender até 5 mil pessoas por dia, em seus diferentes espaços, apto a realizar importantes projetos socioculturais", continua o diretor regional. "Tudo o que acontecer aqui, tenho certeza, provocará desdobramentos e ressonância em todo o ABC."

Moderno, bonito e confortável
As instalações do Sesc Santo André são equipadas com o que há de mais moderno em cada área, destacando-se aquecimento com gás ecológico, tratamento de piscinas a base de sal, supervisão predial e segurança com circuito fechado de TV. Conta ainda com amplo estacionamento, coberto e descoberto, com capacidade total para 290 veículos. O projeto arquitetônico, de Tito Lívio Frascino e Vasco de Mello, foi concebido levando em consideração a filosofia comum às demais unidades da instituição: os cuidados com segurança, conforto e acessibilidade. "O Sesc dedicou muita atenção à acessibilidade do público", explica Tito, "em particular para os portadores de deficiência física, os quais têm acesso a todos os locais da unidade por rampas ou elevadores, além de dispor de sanitários e acomodações apropriados." "Outro ponto importante a assinalar", conta Vasco de Mello, "é como o Sesc faz questão de criar nos seus espaços condições perfeitas para que o trabalhador do comércio, sua família e a comunidade em geral tenham valorizada sua dignidade ao freqüentar o local." A prova disso, entre outros destaques, é que, entre os objetos encontrados nos espaços que compõem a unidade (ver box) nota-se a presença de obras de renomados artistas plásticos brasileiros, como Luiz Sacilotto (entrevistado nesta edição), Regina Silveira, Takashi Fukushima, Chico Niedzielski e Gláucia Flügel. Além do também já notório cuidado com as áreas verdes e todo o mobiliário de uso do público, sempre moderno e confortável.


Os equipamentos
Há ambientes para todos os gostos

Em uma área construída de 24.871m2, o Sesc Santo André disponibiliza os seguintes equipamentos e instalações: teatro com 303 lugares, com acomodações para obesos e portadores de deficiência física; centro de eventos para abrigar grandes exposições e espetáculos; Internet livre, com 25 estações conectadas à rede em alta velocidade; biblioteca com 4 mil títulos; salas de múltiplo uso, com dois ambientes; área de convivência, com 760 m2, destinada ao convívio social, ao descanso e à leitura; parque aquático com espelho d'água de 1.273 m2, composto de piscina para recreação, natação, biribol e recreação infantil, além de extensa área de solário; quadras cobertas; salas para atividades físicas, sendo uma para expressão corporal, uma para condicionamento físico com aparelhos e duas para ginástica geral, com divisórias retráteis e piso sem memória; clínica odontológica, com quatro consultórios, um raio X periapical e um raio X panorâmico, uma sala para educação e higiene bucal; e lanchonetes, uma para a área de convivência e o centro de eventos, uma para a área de piscinas e uma para as quadras cobertas.