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Carta ao leitor
Há 50 anos, o então presidente Getúlio Vargas inaugurava a Petrobras, empresa que hoje está bem perto de conquistar para o país a auto-suficiência na produção de petróleo. Na reportagem de capa, mostramos as dificuldades e o atual estágio de desenvolvimento da companhia – a maior do Brasil e uma das 12 mais importantes do mundo nesse setor.
Nem todas as matérias desta edição, porém, trazem boas notícias. Embora a Organização Mundial do Comércio aponte o Brasil como líder na América Latina em inclusão digital, apenas 12,6% dos domicílios do país dispõem de computador, de acordo com dados de 2001. E, quando se trata de acesso à Internet, esse percentual cai para 8,6%. São números que nos levam à conclusão de que há ainda um longo caminho pela frente até que grande parte da população deixe de ser, de fato, digitalmente excluída.
Entre os brasileiros, a situação da pessoa com deficiência não é muito diferente. Apesar de existir uma extensa legislação sobre essa questão, que deveria assegurar os direitos desses indivíduos na sociedade, na prática eles enfrentam uma verdadeira batalha cotidiana para trabalhar, quando conseguem emprego, e se locomover, uma vez que a utilização do transporte público se transforma em mais uma barreira a ser vencida. Diante desse quadro, algumas empresas privadas, engajadas na política de responsabilidade social, passaram a desenvolver, por conta própria, projetos com o objetivo de lhes proporcionar o que poderia ser chamado de resgate da cidadania.
Difícil também é a situação dos garimpeiros do município de Equador, no Rio Grande do Norte. Para assegurar o sustento de suas famílias, eles trabalham em túneis cavados no chão, com até 50 metros de profundidade, para de lá extrair o caulim e, quando conseguem comprador, vendê-lo por pouco mais de R$ 5 a tonelada. Sem equipamentos de proteção e inalando o pó em suspensão, esses homens só têm uma certeza: são poucas as suas chances de ter uma vida longa.