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Dossiê

REVISTA E - MARÇO 2008
Boemia e lirismo

A canção Luar do Sertão - que diz "não há, oh gente, oh não, luar como este do sertão" - muitos conhecem. Já seu autor, Catullo da Paixão Cearense, nem tanto. E menos conhecido ainda certamente era o lado dramaturgo do compositor. Pelo menos até o dia 19 de outubro, quando estreou, no Sesc Vila Mariana, o espetáculo Um Boêmio no Céu, montagem de texto inédito de Paixão Cearense que fica em cartaz até 18 de novembro.

O enredo é no mínimo curioso: um encontro celeste entre São Pedro, Santo Onofre e um trovador boêmio, interpretado por José Mayer.



Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

De 18 de outubro a 1ª de novembro, a 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo exibiu 461 filmes, de 77 nacionalidades, em diversas salas na cidade. O CineSesc participou mais uma vez dessa maratona cultural exibindo alguns destaques da programação, como o documentário norte-americano SOS Saúde, de Michael Moore, e os brasileiros O Passado, de Hector Babenco, e A Casa de Alice (foto), de Chico Teixeira.



Desencontros do amor

O Sesc Santos apresentou, nos dias 13 e 14 de outubro, o espetáculo O Continente Negro, com direção de Aderbal Freire Filho. No palco, três atores se revezaram na interpretação de 12 personagens ligados pelo fio condutor das dores e desencontros do amor. Entre as histórias, a exploração de clichês, como a aluna que se apaixona pelo professor, um marido adúltero e um casal que se agride fisicamente. No elenco, Yara de Novaes, Débora Falabella e Ângelo Antônio.



Bravo!, Sesc

Durante cerimônia realizada no dia 1° de outubro, na Sala São Paulo, o Sesc São Paulo recebeu o Prêmio Bravo! de melhor programação cultural, concedido pela Editora Abril. A instituição foi representada na ocasião por seu diretor regional, Danilo Santos de Miranda, que recebeu o prêmio das mãos de Roberto Civita. Entre os demais premiados, alguns artistas que já fizeram parte das programações do Sesc este ano e em 2006.

O espetáculo de dança Pequenas Frestas de Ficção sobre a Realidade Insistente, de Alejandro Ahmed com o Grupo Cena 11, que esteve na unidade Avenida Paulista; o CD e DVD 1.000 Tretas, 1.000 Trutas, dos Racionais MC's, gravado no Sesc Itaquera; o melhor show na categoria música foi de Angela Ro Ro, apresentado na unidade Santana; e a peça teatral Gaivota - Tema para Um Conto Curto (foto), de Enrique Diaz, e que ficou em cartaz no Sesc Pinheiros.



Identidade na multidão

O espetáculo de dança Big in Bombay, uma parceria do Sesc São Paulo com o Instituto Goethe, de cultura alemã, ocupou o palco da unidade Pinheiros nos dias 2 e 3 de outubro. Com uma trupe composta de dançarinos, cantores e atores, a apresentação abordou temas como a identidade cultural versus a cultura globalizada.



Repensando a alimentação

O Dia Mundial da Alimentação, comemorado em 16 de outubro, foi o mote para diversas unidades do Sesc São Paulo realizarem atividades sob o tema Direito Humano à Alimentação Adequada. O projeto focou a segurança alimentar, o consumo consciente e a sustentabilidade das práticas produtivas respeitando as diferentes culturas. A programação envolveu debates, oficinas e orientação individual de nutricionistas.



A despedida do senhor dos palcos

No dia 12 de outubro o teatro brasileiro perdeu um de seus maiores nomes, o ator Paulo Autran, morto aos 85 anos.
Conhecido como "o senhor dos palcos", Autran tinha 60 anos de carreira, durante os quais participou de 90 peças. O carioca criado em São Paulo se formou em direito, mas trocou as leis pelos palcos. A televisão e o cinema também registraram seu talento - seu último filme foi O Passado, de Hector Babenco, cartaz da 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Em 8 de agosto, o teatro da unidade Pinheiros do Sesc São Paulo recebeu seu nome e, em 1º de outubro, o ator ganhou o Prêmio Bravo! Prime de Cultura de artista do ano.



Patologia e poesia

Estreou em 24 de outubro, na unidade provisória Avenida Paulista, o espetáculo Uma... Vez, adaptação da Cia. Terraço Teatro para o texto O Mito de Sísifo, do escritor argelino Albert Camus.

Ao mostrar um personagem condenado a empurrar eternamente um rochedo até o alto de uma montanha, para depois deixar a pedra rolar ladeira abaixo e ter de recomeçar a tarefa, o enredo da peça aborda a patologia psicológica conhecida como transtorno obsessivo-compulsivo, cujos sintomas são alterações do comportamento e dos pensamentos.

Com a metáfora, a companhia pretende falar do limite entre o humano e o mito, e entre o patológico e o poético. A montagem fica em cartaz até 15 de novembro.



Vida e obra

Com apoio do Sesc, a Câmara Municipal de São Paulo realizou, no dia 22 de outubro, o seminário Vida e Obra de Vilanova Artigas, cujo objetivo foi lançar luz sobre o trabalho do arquiteto João Batista Vilanova Artigas. Debates e palestras com figuras como o jornalista Paulo Markun, o vereador Juscelino Gadelha e o vice-diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP), Marcelo Romero, foram divididos em quatro mesas, que abordaram a contribuição de Artigas para a arquitetura brasileira e sua atuação política, acadêmica e humanista.



Inglês com jeitinho brasileiro

O clássico Romeu e Julieta, do dramaturgo inglês William Shakespeare, ganhou mais uma montagem. Desta vez é Cia. Teatro Mosaico a responsável por revisitar a tragédia do amor impossível entre os dois jovens de Verona, na Itália. A adaptação, voltada para o público infanto-juvenil, estreou no dia 13 de outubro, na unidade provisória Avenida Paulista, e conta a história com um "jeitinho brasileiro", ao lançar mão de elementos da cultura popular, como festas típicas e ditos, além de bonecos de manipulação. O espetáculo segue até o dia 4 de novembro.



"Há momentos em que a companhia chega a ter 32 nacionalidades diferentes e mais de 20 línguas. Mas nós esquecemos disso. Nós temos uma única pátria que é o teatro."

A encenadora francesa Ariane Mnouchkine que apresentou o espetáculo Les Ephémères (os efêmeros), com o seu Théatre Du Soleil, em outubro, no espaço onde está sendo construído o futuro Sesc Belezinho.



"Eu sou filho do rádio. Ele foi uma fonte imensa de informação musical para mim. Nos anos 70 (...) você podia ouvir música regional, rock, tudo em uma mesma estação. Eu atribuo muito o meu gosto pela diversidade a isso"

O músico e compositor Zeca Baleiro, que esteve no Sesc Pinheiros, nos dias 6 e 7 de outubro, em entrevista à revista Época ?On-Line (http://revistaepoca.globo.com).