Sesc SP

Durante o período festivo de final e início de ano, é comum ver, pelas ruas de diversas cidades do Brasil, uma manifestação cultural com séculos de tradição, a folia de reis. Os fiéis vão em peregrinação de casa em casa, ao som de músicas e cânticos religiosos, prestar homenagens diante do presépio. A matéria de capa desta edição fala desse ritual, que revive o episódio bíblico dos Reis Magos, mostrando as variações que cada região apresenta.

Como a época é de comemorações, este número traz também duas boas notícias. A primeira diz respeito à iniciativa da Agência Nacional de Transportes Terrestres de organizar o setor rodoviário de cargas, vital para a saúde econômica do país, que há muito reclamava providências. Essa decisão deve permitir não só a correção de várias irregularidades, a exemplo do excesso de informalidade, mas também a renovação da frota, já bastante envelhecida e desgastada.

A segunda foi o lançamento de um manifesto, pela Confederação Nacional da Indústria, em que o empresariado assume o compromisso de fazer da inovação uma prioridade para o setor. Essa mudança de postura, é preciso que se mencione, requer grande esforço – lembremos que até algumas décadas atrás o Brasil tinha o mercado fechado, o que não estimulava as empresas nacionais a investir no desenvolvimento de novas tecnologias, ao contrário de outras nações que avançavam nessa área. Agora, no entanto, o segmento industrial abre um leque maior de possibilidades de produção de riqueza e ao mesmo tempo valoriza o pesquisador, dando-lhe a oportunidade de mostrar seu talento e capacidade criativa.

Por falar em pesquisa, esta edição revela o trabalho meticuloso de mergulhadores brasileiros envolvidos em descobertas arqueológicas de suma importância. Eles buscam restos de embarcações muito antigas, pedaços de nossa história naufragados nas águas que banham Florianópolis. Apesar dos recursos escassos, trata-se de um trabalho pioneiro, de grande significado para a memória do país.

Como nem tudo são flores, porém, outra matéria discute os efeitos dos maus hábitos alimentares, que provocam, entre outros males, a obesidade. Esse assunto tem despertado interesse nos quatro cantos do mundo, uma vez que se trata de um problema que afeta quase todos os países, indiscriminadamente. Segundo os especialistas, somente um trabalho de reeducação pode reverter esse quadro, pois a cultura alimentar é uma questão complexa, que envolve crenças e práticas fortemente arraigadas na população.

Abram Szajman
Presidente da Federação e Centro do Comércio do Estado de São Paulo
e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac