Sesc SP

O músico Moraes Moreira conversa dia 05/setembro no Tabelando e faz show dias 6 e 7/setembro no Sesc Santo Amaro

Nomes da literatura e personalidades esportivas encontram-se com o público através do projeto Tabelando. Cultura, esporte, educação e responsabilidade social fazem parte dos objetivos do projeto, que ocorre na unidade desde meados de abril.

E assim tem sido, sempre em uma quinta-feira, o Sesc Santo Amaro apresenta histórias da cultura esportiva em seu sentido mais amplo. Biógrafos de grandes esportistas atuam como mediadores em um encontro que reúne o escritor, o biografado e a plateia que presencia um bate-papo descontraído, cheio de curiosidades e que abre espaço para interação do público e discussão de ideias.

O futebol é o esporte em destaque nesta primeira fase do projeto. Com a capacidade de criar grandes ídolos, possui também extenso repertório de histórias que fazem parte da memória afetiva de multidões. Nomes como Mané Garrincha, Afonsinho e Coutinho, são alguns dos protagonistas que contribuíram para que a transversalidade entre literatura e esporte fosse ampliada nas primeiras edições que ocorreram na unidade. Ruy Castro, Elza Soares, Kleber Mazziero, Carlos Fernando Schinner e Marcelo Duarte complementaram o acervo de informações e de debates quando estiveram presentes no Sesc Santo Amaro.

O músico Moraes Moreira, que gravou mais de 40 discos e tem em muitas de suas canções, principalmente após os anos 70, o futebol como tema, marcará presença no 4º encontro do projeto Tabelando juntamente com grandes ex-jogadores: Paulo Cesar Cajú e Jonas Eduardo Américo.

Cajú foi tricampeão do mundo pela Seleção Brasileira de Futebol, tema do documentário “Futebol” (1998) dirigido por Moreira Salles e escreveu o livro autobiografado “Dei a volta na vida”. Jonas Eduardo Américo (ou Edu) foi ponta esquerda do Santos Futebol Clube e disputava a mesma posição que Cajú na Seleção.

A EOnline conversou com Moraes Moreira que abriu o jogo sobre sua paixão pelo esporte e pela música. Acompanhe os principais trechos a seguir:

EOnline: Você conheceu Tom Zé, quando ainda estudava música em Salvador (BA), quais são suas principais influências musicais?
Moraes Moreira: Ah são tantas... Começa lá atrás com Dorival Caymmi, Ari Barroso, esses grandes clássicos da música e também João Gilberto, entrando pelo Tropicalismo todo, além de Tom Zé, Caetano, Gil, Luiz Gonzaga com certeza e por aí vai.

EOnline: O show que você irá apresentar dias 6 e 7 de setembro no Sesc Santo Amaro tem um repertório com alguns de seus maiores sucessos, incluindo músicas que falam também de futebol como “Sangue, Swing e Cintura” (Moreira Moreira) e “Brasil Campeão” (Moraes Moreira/Pepeu Gomes). O que há de singular nessa produção em relação aos outros trabalhos que você já desenvolveu?
M. M.: Eu vou cantar muitos sucessos e vou cantar muita música que fala de futebol. Vai ser muito diferente, porque eu vou entrar mesmo no tema (música e futebol), inclusive de outros autores como Wilson Batista e Herivelto Martins. Eu tenho várias músicas minhas falando de Copa do Mundo, futebol, tem música nova e inédita também, que eu fiz para a Copa e vai ser lançada ainda. Vou cantar também “Espírito Esportivo”, outra que fiz para Zico: “Saudades do Galinho”, tem também a do Tatu Bola, a mascote da Copa que se chama “A Bola é o Bicho”.

EOnline: Falando do encontro que faremos no dia 5 de setembro com os ex-jogadores Cajú e Edu. Qual a sua relação com o futebol?
M. M.: Minha relação com o futebol vem desde criança. No “Novos Baianos” a gente tinha um time o “Novos Baianos Futebol Clube”, (nome também do álbum lançado pelo grupo Novos Baianos no ano de 1973) e já jogamos com grandes craques da seleção como o Paulo César e o Jairzinho. O futebol e a música é uma junção, uma coisa só em minha vida, como Jô Soares e Mané Garrincha, o casamento (referindo-se a admiração que o apresentador tem pelo talento do jogador). Mas nosso encontro vai ter muita música e muito bate-papo sobre futebol, eu fiz até um poema para esse encontro, chama-se “Música e Futebol” e também tem uma surpresa, que escrevi para o Paulo César (Cajú).

EOnline: Quando citamos o futebol acabamos nos lembrando de que somos também o próximo país sede da Copa do Mundo. Para quem carrega em suas músicas a cultura popular brasileira que inclui inclusive o futebol e que não esconde de ninguém as suas opiniões políticas e sociais, como este fato pode vir a influenciar no desenvolvimento de seus trabalhos?
M. M.: A Copa do Mundo aqui ou lá, eu gosto é de futebol, eu ia acompanhar de qualquer maneira, entendeu? O que eu quero em relação à Copa aqui no Brasil é que as coisas não virem “Elefante Branco”, que sirvam para depois da Copa e que o legado seja bom para a população. Eu torço por isso, porque, sabe, essas coisas de construir estádios enormes, de gastar absurdos, eu não sou a favor não, mas já que foi feito que sirva depois para a população.

:: Acompanhe o bate-papo do dia 05/09/2013 ao vivo via Twitcam, seguindo o perfil @sescsantoamaro no Twitter.
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