Sesc SP

A qualidade, ao lado de sucessivos recordes de produção, abre espaço para o aço brasileiro no mercado internacional. Esse sucesso, no entanto, só foi possível após o processo de privatização das usinas. Nas mãos dos atuais donos, elas saíram de um estado de quase sucateamento e se modernizaram, adotando tecnologias que até há bem pouco tempo eram privilégio de países desenvolvidos. A matéria de capa traz um panorama do que vem acontecendo na siderurgia nacional, que já mostra seu peso na pauta de exportações e cria novas perspectivas para a indústria da construção civil.

A par das boas notícias, porém, temos aquelas que causam indignação. Como a que trata da lamentável reincidência de proprietários rurais do sul do Pará no crime de manter trabalhadores em regime de escravidão. Nossas autoridades precisam agir com energia, até mesmo reformando leis, se necessário, pois é inadmissível que esses fazendeiros, ancorados no poder econômico, continuem perpetrando atos dessa natureza, principalmente porque as vítimas, indefesas, necessitam da proteção do Estado.

Esta edição traz também um assunto bastante polêmico, que tem colocado cientistas e religiosos em franco antagonismo: a utilização dos embriões humanos armazenados em clínicas de fertilização como fonte de células-tronco. O substitutivo da Lei de Biossegurança, que se encontra em análise no Senado, criminaliza essa prática, mas há especialistas da área jurídica que consideram um erro tratar desse tema no âmbito do direito penal. De qualquer forma, parece evidente que a questão, até por ser ainda desconhecida do público em geral e envolver aspectos técnicos de grande complexidade, carece de esclarecimentos que permitam um debate aprofundado na sociedade.