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JORGE LEÃO TEIXEIRA


Ilustração: Leandro Szyszko

Safa-onça - A poluição na baía de Guanabara é de tal ordem que muitos pescadores estão sendo obrigados a trocar de profissão, ante o sumiço dos peixes que garantiam o pão de cada dia. Grande número deles já se tornaram catadores de lixo, "pescando" no fundo da baía latas e garrafas de plástico que vendem para sobreviver. Peixe, mesmo, só nas mentiras sobre os dias do passado...

Drama da segundona - Um velho brocardo futebolístico afirma que, se mandinga ganhasse jogo, o campeonato baiano só teria empate. E este ano o empate foi trágico para os dois maiores clubes baianos, Bahia e Vitória, que terminaram iguais a série B do Brasileirão, caindo na lista negra dos rebaixamentos para o inferno da série C. De nada adiantaram novenas e promessas nas igrejas da Bahia de Todos os Santos, nem o apelo ao candomblé e aos pais e mães-de-santo nos terreiros de Salvador. Moral do episódio: haja procissão e despacho para arrancar Bahia e Vitória em 2006 da terceirona. Ou, quem sabe, milagre para devolvê-los à primeira a bordo de um tapetão voador da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Sonho nacional - Torcedor brasileiro sonha sempre em ser técnico de futebol. Enquanto tal não acontece, discute táticas, escalações e a sina dos treinadores em atividade, com eloqüência, mau humor e auto-suficiência. A contraprova dessa paixão pode ser aferida pelo sucesso na Internet do Cartola Futebol Clube, lançado no mês de agosto, jogo em que os internautas comandam times fictícios, escalados por eles com jogadores de equipes nacionais. Em meados de setembro o número desses times virtuais já atingia a casa dos 100 mil.

Alerta geral - Camelô carioca vende adesivos para automóveis cujos dizeres advertem: "Estou duro e não tenho seguro". A venda desse aviso aos circulantes tem sido grande, segundo o responsável pela idéia.

Chico e as mulheres - O conjunto é de moças, umas cantando, outras tocando os instrumentos, e o nome é Mulheres de Holanda. Faz sucesso onde se exibe, seja no palco, casas de cultura e até livrarias. O que toca? Só músicas de Chico Buarque de Holanda. Como dizia minha avó, "manda quem pode, quem não pode se sacode".

Fim de festa - Após um ano de investigação, a Polícia Federal identificou os integrantes da quadrilha que explorava uma firma exportadora de carne congelada, cujos fardos eram recheados de droga. Os malandros tinham resolvido trocar a carne de boi, que é prata fina na Europa, por bistecas de cocaína, que valem ouro em pó.

Curiosidade - A câmera indiscreta de um fotógrafo registrou um bilhetinho passado disfarçadamente pelo presidente Bush a sua fiel escudeira Condoleezza Rice, durante uma reunião na ONU. O presidente indagava se pegaria mal pedir licença aos presentes para dar um pulinho ao banheiro. Só faltou ao bilhete, reproduzido nos jornais, a menção sobre a causa da urgência urgentíssima que afligia Bush - número 1 ou número 2?

Sábio Barão - A crise política brasileira mostrou que as máximas do Barão de Itararé continuam mais atuais do que nunca. É do Barão o famoso lembrete: "Negociata é aquele bom negócio para o qual não tiveram a gentileza de nos convidar".

Valentão - Um porco-espinho parrudo e de maus modos invadiu uma residência em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, botando três cães de guarda para correr e sitiando os moradores em seus aposentos, enquanto pintava e bordava na casa.
Pelo telefone foi pedido socorro ao Corpo de Bombeiros, que a muito custo dominou o invasor, o qual foi encaminhado ao Zoológico de Niterói, onde passará uma temporada para recuperar os nervos abalados antes de ser devolvido às matas da região.

Mensalão cai no samba - A maioria dos blocos do Rio de Janeiro já decidiu fazer do mensalão e do mensalinho o tema de seus sambas e desfiles do próximo carnaval. A dificuldade será acompanhar até a última hora os desdobramentos da crise política, mantendo as letras e refrões de sambas e marchinhas bem atuais. Os nomes preferidos para as rimas - e para as fantasias - são os de Marcos Valério, Delúbio e Severino.

Brava gente - Indignada com a liberdade com que traficantes agiam em conluio com policiais militares na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, uma octogenária resolveu comprar uma filmadora e passou a flagrar da janela de seu apartamento o vaivém do tráfico. A filmagem durou mais de um ano, e o material foi entregue depois para a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. Com a prisão de traficantes e policiais, ela foi obrigada a mudar-se, mas seguiu satisfeita para o interior do estado, com nome trocado, a fim de gozar a vida longe de tiroteios, correrias e traficâncias.

 

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