
A publicação inédita “Trabalho social com pessoas refugiadas no Sesc São Paulo: 30 anos” reúne memórias, depoimentos e registros desses 30 anos de atividades da instituição nas áreas de refúgio e migração. A publicação inclui textos e reflexões de pesquisadores e pessoas refugiadas sobre questões atuais e perspectivas do refúgio e migração no Brasil
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre migrações indicam que, nas primeiras décadas do século 21, o número de pessoas que se deslocaram em busca de melhores condições de vida atingiu um dos índices mais altos já registrados na história. Parte dessas pessoas migram em busca de oportunidades econômicas e profissionais, ou mesmo desejando novas experiências. No entanto, as pessoas em situação de refúgio o fazem para garantir a própria vida.
Nesse contexto, em1995, o Sesc São Paulo assina convênio com a Cáritas Brasileira, via Arquidiocesana de São Paulo, e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) para desenvolvimento de ações de integração com pessoas refugiadas. Em parceria com o Senac São Paulo, a instituição passa a promover de atividades socioeducativas e culturais.
Alguns exemplos dessas ações são: o Curso de Português como Língua Estrangeira, que aborda noções básicas da língua e apresenta aspectos culturais, hábitos e costumes da sociedade brasileira; o Sabores em Refúgio, espaço de convivência e intercâmbio cultural baseado na gastronomia e nos relatos de experiência de pessoas em situação de refúgio; o Refúgios Humanos, curso de formação para educadores em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e o Direitos Humanos para Todas as Pessoas, conjunto de atividades que inclui feiras, intervenções artísticas e espetáculos cênicos e literários com o objetivo de fomentar reflexões sobre direitos humanos.
Essas e outras diversas atividades promovidas pela instituição buscam evidenciar as desigualdades estruturais que atravessam os processos migratórios, reconhecendo que o deslocamento forçado é permeado por sistemas de violência, racismo, xenofobia, patriarcado e desigualdade econômica, e compreendendo que o fortalecimento de uma cultura de acolhimento requer o enfrentamento de estereótipos, a correção de equívocos históricos e a promoção de debates qualificados sobre as causas e consequências da migração.
Com esse propósito, as programações educativas e culturais, as rodas de conversa, as formações de educadores, bem como as ações artísticas e mediadas, têm se configurado como espaços de expressão e protagonismo, nos quais as próprias pessoas refugiadas e migrantes assumem o papel de produtoras de narrativas, compartilhando reflexões, memórias e reivindicações.
Ao projetar sua atuação para o futuro do trabalho com as pessoas refugiadas e migrantes, o Sesc São Paulo reafirma seu compromisso com a construção de uma sociedade plural. Essa perspectiva baseia-se na convicção de que a educação, a cultura e o convívio social constituem instrumentos essenciais para o fortalecimento dos laços comunitários e a promoção dos direitos humanos em um contexto global em constante transformação.

Para celebrar e trazer diferentes pontos de vista sobre o trabalho social com pessoas refugiadas, o Sesc São Paulo convidou 13 pessoas impactadas por estas ações, além de 3 instituições parceiras, para relatar suas relações de cooperação e protagonismo no contexto do Sesc. Leia os depoimentos a seguir:
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