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O lugar de fala do hip hop

Longe das plataformas de streaming e muito mais perto dos embalos de sábado à noite, a década de 70 é conhecida por ser o berço de diversas manifestações culturais que influenciam o mundo até hoje.
A cultura hip hop vem passando ao longo dos séculos por diversas influências, tais como o jazz, soul, blues, ritmos de matriz africana, entre outras. Naquela época, nascem então as quatro bases que compõe essa manifestação cultural: dança (break), artes visuais (grafite), música (DJ) e poesia (o MC). Guiados por esses elementos, o projeto Um rolê em Oz estaciona suas picapes no Sesc Osasco com uma programação que apresenta ao público os desdobramentos que esse movimento teve dentro da cultura brasileira.

Em meio as atrações ao longo do mês, que iniciou com Rincon Sapiência no dia 1º de maio - feriado do dia do trabalho, com um público de 4.300 pessoas, Rashid encerra a programação com um show que acontece no dia 31 e em entrevista reflete sobre o cenário atual da cultura.

“O rap e o Hip Hop têm passado por um momento mais brando e as pessoas estão enxergando esse potencial do entretenimento dentro da nossa cultura.”

Considerado uma das revelações da nova geração do hip hop nacional, o rapper disserta sobre a identidade do movimento. “O rap nunca perdeu o viés social e racial que a cultura carrega. Mas não cabe ao artista a obrigação de discutir somente sobre esses assuntos!”, afirma o artista.

O Hip Hop ao longo dos anos vem se legitimando como cultura. Como demostram os dados apresentados no relatório anual da agência de pesquisas Nielsen Music, com sede em Nova Iorque, o R&B e Hip Hop representam cerca de 29,1% dos serviços de On-Demand Streaming no Estados Unidos, e superou os 15.1% do Rock em 2017.  No estado do Rio de Janeiro, em janeiro deste ano, foi sancionada a Lei 7.837/18, que declara a cultura Hip Hop como patrimônio cultural imaterial.

A rapper e violinista Yzalú, que faz parte da programação, fala sobre o assunto:

“Ainda vivemos em uma sociedade onde a sua grande maioria não consome arte como informação, porém há àqueles que estão abertos ao incômodo, que querem se informar, conhecer, discutir, enfim, sair da tal bolha, e por este motivo que se faz necessário artistas que instiguem o interlocutor”,  afirma a cantora, que é conhecida por suas letras que versam sobre machismo, racismo e preconceito sobre pessoas com deficiência.

O especial em Osasco propõe, portanto, através de shows, apresentações de grupos de dança com trabalho influenciado pela cultura de rua, batalhas de b-boys, recitais de poesia, entre outras atividades, uma imersão na cultura do hip hop nacional.

Confira a programação completa do projeto e corre pra dar Um rolê em Oz.