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Narrativas Pretas: poesia e resistência no feminismo negro

O protagonismo feminino e negro e as histórias de luta e resistência da periferia entrarão em pauta de 23 a 27 de outubro no Sesc Avenida Paulista, com a presença do coletivo Sarau das Pretas em uma série de atividades voltadas ao compartilhamento dos saberes e vivências que estruturam o trabalho do grupo. A programação Narrativa Pretas propõe bate-papos, oficinas e sarau que resgatam a ancestralidade e produzem reflexões acerca do preconceito e da intolerância.

 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:

 

• CENOPOESIA - Com Jô Freitas

No cenário de Saraus Literários e Slams de poesias, o corpo se torna um elemento fundamental para a expressão da palavra. Nessa oficina, por meio de jogos cênicos e exercícios de construção poética, os participantes poderão vivenciar as possibilidades de construção poética através do corpo. Ao final haverá a apresentação de performances, cenas e poesias desenvolvidas na oficina.

 

• ESCRITA CRIATIVA MJIBA: ESPALHANDO SEMENTES DA LITERATURA NEGRA FEMININA - Com Elizandra Souza
A palavra Mjiba é originária de Zimbabwe, da língua xona (falada em alguns países africanos), significa Jovem Mulher Revolucionária. Mjibas foram mulheres guerrilheiras que enfrentaram as tropas britânicas e lutaram pela independência do seu país. Este nome foi escolhido por apresentar o protagonismo de jovens mulheres negras, nas mais diversas linguagens artísticas.
O curso traz a proposta de apresentar escritoras negras femininas periféricas, visibilizar suas produções e exercitar o fazer literário, no intuito de valorização da mulher negra e sua criação artística literária e da cultura afrobrasileira, fortemente presente nessa literatura. Fomentar e difundir a produção literária negra feminina é pluralizar suas vozes e considerar que elas assumem um importante papel social e para a cultura negra popular.

 

• FEMINISMO, MACHISMO E RACISMO NAS RELAÇÕES DE GÊNERO - Com Débora Garcia
Conduzido por cinco mulheres negras que sabem que a arte é uma importante aliada para pautar questões tão complexas, o Sarau das Pretas, em suas apresentações sempre provoca seu público a refletir sobre o feminismo, machismo e racismo, cultura e ancestralidade negra. No entanto, a complexidade dessas questões já cristalizadas na estrutura social brasileira, aliada à falta de conhecimento (ou ao acesso a conceitos equivocados), faz com que muitos não compreendam essas questões tão essenciais para a construção de uma sociedade mais igualitária, tolerante e menos violenta. Entendendo a importância da mudança desses paradigmas, a oficina procura trazer elementos para se discutir essas questões, além de indicar conteúdos para quem desejar se aprofundar nesses temas.
Por meio de dinâmicas de grupos, leitura dirigida, exibição de vídeos, e a partir do conhecimento de cada um, os participantes terão acesso a conceitos sobre o feminismo, machismo e racismo, tendo a possibilidade descontruir e/ou construir paradigmas sobre esses temas.
A proposta é construir um espaço de livre debate, e ao final da oficina, os participantes construirão coletivamente um painel artístico, com colagens e textos sobre o que representou o encontro.

 

 

• NOSSOS PASSOS VÊM DE LONGE - Com Sarau Das Pretas
O Sarau das Pretas convida o público a participar de um sarau dedicado à ancestralidade negra.
Diante do cenário de empoderamento feminino pela garantia dos direitos das mulheres, jovens escritoras negras atuantes nas periferias da cidade de São Paulo, têm revelado por meio da literatura, de seus tambores e de seus corpos, as realidades de viver o feminino e o feminismo. Neste contexto foi criado o Sarau das Pretas, formado por Débora Garcia, Elizandra Souza, Jô Freitas, Taissol Ziggy e Thata Alves.

 

• DIÁLOGOS SOBRE A ANCESTRALIDADE - Com Ana Koteban e Dirce Thomaz | Mediação: Jô Freitas
Ana Koteban (Integrante da Cia. Ballet Afro Koteban, Cientista Social e Pesquisadora de Cultura Mandingue do Oeste Africano),  e Dirce Thomaz (Atriz, Diretora, Professora de Teatro e Militante dos Direitos Humanos e dos Negros, Fundadora da Cia. Invasores de Teatro Experimental Negro) debatem, com mediação de Jô Freitas, a importância da ancestralidade na literatura negra.

 

• ANCESTRALIDADE NO TOQUE E MOLEJO NO JO(N)GO DA VIDA - Com Taissol Ziggy e Thata Alves
A valorização das danças populares e de matrizes africanas é uma das linhas de atuação do Sarau das Pretas, sendo o jongo a mais expressiva, devido à tradição jongueira da percussionista do grupo, Taissol Ziggy.
Nas culturas tradicionais de matrizes africanas a música e a dança tem um forte papel ligado à socialização, à transmissão oral de saberes e valores contribuindo assim para a preservação e transmissão desses valores entre as gerações. O jongo além de proporcionar todas essas vivências é uma das danças afro-brasileiras mais populares e foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Nesta oficina, os participantes terão acesso aos conceitos que sedimentam essa cultura tradicional e também terão a vivência com o Jongo, aprendendo os toques, os passos e a dinâmica da dança.