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Levando o rock aos sete ventos

Foto: Divulgação
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As cantoras Cristiane Satriani e Maria Cecília Antoniasse, cada uma vinda de um universo musical diferente, decidiram se unir em 2017 para um novo projeto. Juntas, elas formam a banda Sete Ventos, composta ainda por Felipe Deleon (saxofone), Gesner Ferreira (baixo), Alex Prior (guitarra), João Victor (guitarra) e Renan Wilian Akutagava (bateria).

Com influências do rock nacional dos anos 1980, 1990 e 2000, o grupo apresenta um repertório de canções de Charlie Brown Jr., O Rappa, Pitty, Pato Fu, O Surto, Raimundos, Titãs, Los Hermanos, Rita Lee, Os Paralamas do Sucesso, entre outros.

Segundo os integrantes, a principal característica da banda, que é uma das atrações do Festival Pandemia Rock 2018, é a versatilidade e interpretação própria. A vocalista Cristiane respondeu algumas perguntas ao Sesc Birigui. Confira:

A banda 7 Ventos é composta por duas mulheres vocalistas. Como aconteceu a formação da banda e por que optaram por seguir este formato?
Cristiane - Eu sempre tive vontade de ter uma banda nesse formato, com duas mulheres no vocal. A ideia inicial era rock com hip hop, porém resolvemos apostar em um repertório de rock nacional por ser um som mais comercial. Foi quando conheci a Cecilia e com nossa afinidade tanto pessoal quanto musical, resolvemos apostar no projeto e deu certo, pois é um formato diferenciado no cenário do rock. Fomos muito bem recebidas pelo público.

O que vocês levam em consideração para escolher o repertório?
O repertório da banda Sete Ventos é composto por bandas do rock nacional com vocal masculino e feminino. Na escolha do repertório levamos em consideração nossa interação com o público e gostamos de agradar pessoas de todas as gerações, pois colocamos músicas desde anos 1980 até 2000.

No interior de SP, vocês sentem alguma resistência das pessoas quando afirmam que são vocalistas de rock, por serem mulheres?
Creio que hoje as mulheres têm mais espaço no rock tanto nacional quanto internacional, pois a mídia e os produtores viram que as mulheres conseguem expressar seus ideais através da música tão bem quanto os homens, de fato é uma minoria ainda, mas já tivemos algum avanço quanto a isso. Não diria que a mulher seja mais cobrada que os homens em relação à aparência ou tocar muito bem um instrumento, claro que a aparência ajuda, porém eu diria que o conta mesmo no rock, é a atitude, e essa atitude que eu falo não se aprende em aulas e nem com amigos, isso se têm, você já nasce com essa personalidade. E no decorrer da vida vem o interesse em estudar música e fazer um som de qualidade para expor suas ideias ou levar músicas de bandas conceituadas para as pessoas.

Vocês se consideram feministas? Por quê?
Se ser feminista é ser a favor dos direitos da mulher com o objetivo de se viver num ambiente de igualdade, então somos. E isso não tem nenhuma relação a ser contra homens, e sim ser contra as pessoas que não respeitam os direitos das mulheres, o direito de a mulher decidir sobre o que ela quer para a vida dela. Toda mulher merece respeito pelo que ela é e não pelo que querem que ela seja.

E quais artistas representam bem o universo do feminismo?
Vamos citar algumas: Rita Lee, Pitty, Cássia Eller, Paula Toller (Kid Abelha), Alanis Morissete, Janis Joplin, Amy Winehouse, Dolores O’Riordan (The Cramberries), Joan Jett etc.